segunda-feira, 3 de maio de 2010

“Sabes , quem não acredita em Deus , acredita nestas coisas , que tem como evidentes . Acredita na eternidade das pedras e não na dos sentimentos ; acredita na integridade da água , do vento , das estrelas . Eu a credito na continuidade das coisas que amamos , acredito que para sempre ouviremos o som da água no rio onde tantas vezes mergulhámos a cara , para sempre passaremos pela sombra da árvore onde tantas vezes parámos , para sempre seremos a brisa que entra e passeia pela casa , para sempre deslizaremos através do silêncio das noites quietas em que tantas vezes olhámos o céu e interrogámos o seu sentido . Nisto eu acredito : na veemência das coisas sem principio nem fim , na verdade dos sentimentos nunca traídos . e a tua voz ouço.a agora , vinda de longe , como o som do mar imaginado dentro de um búzio . Vejo.te através da espuma quebrada na areia das praias , num mar de Setembro , com cheiro a algas e a iodo . E de novo acredito de que nada do que é importante se perde verdadeiramente . Apenas nos iludimos , julgando ser donos das coisas , dos instantes e dos outros . comigo caminham todos os mortos que amei , todos os amigos que se afastaram , todos os dias felizes que se apagaram . Não perdi nada , apenas a ilusão de que tudo podia ser meu para sempre …”

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